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#MOVIMENTOSINDICAL | 14/07/2025
Conferência Estadual dos(as) Bancários(as) aprova resoluções e moções para o encontro nacional

Evento virtual reuniu centenas de trabalhadores do ramo financeiro e debateu o impacto das novas tecnologias no setor bancário, o desemprego em massa e a reforma tributária.

Na manhã do último sábado (12/07), a Fetrafi-RS promoveu a 27ª Conferência Estadual, espaço no qual aconteceram importantes discussões sobre temas pertinentes para a categoria e para a população, como o plebiscito referente à taxação das grandes fortunas e ao aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda. Os bancários debateram também os reflexos dos avanços tecnológicos no setor, a precarização do serviço bancário, fechamento de agências e o crescimento do desemprego, na medida que sobem os lucros dos bancos.

Só no primeiro trimestre de 2025, de acordo com dados do Dieese, os cinco maiores bancos somaram R$ 34 bilhões, com alta média de 18,1% em 12 meses. Considerando-se apenas os três privados (Itaú, Bradesco e Santander), houve alta média de 22,6%; no Banrisul, chegou a 28,8%. No mesmo período, foram extintos 5.807 postos de trabalho nessas instituições.

Mesmo com a taxa selic nas alturas (15%) e um cenário global turbulento, o crédito aumentou com força nos grandes bancos brasileiros no primeiro trimestre de 2025. Por conta disso, as famílias estão mais endividadas e em pequeno e médio prazo deve aumentar a inadimplência, prevê o relatório do Dieese. 

O levantamento aponta ainda que em 12 meses foram fechadas 942 agências (pelos cinco grandes bancos) e extintos 5.807 postos de trabalho. De 2013 até agora, houve uma redução de quase 90 mil postos de trabalho (89.525) no setor. 

Avanços tecnológicos

Convidado para falar sobre os avanços tecnológicos no setor bancário, o publicitário Lúcio Uberdan, abordou o surgimento da  tecnologia como necessidade humana e que mais tarde passou a servir à reprodução do capital, com foco no aumento da produção e da produtividade. A meta é produzir mais, com menos custo, segundo o especialista. A organização do trabalho, que antes se dava pelas linhas de produção, hoje se dá através da tecnologia, de uma forma veloz e ampla, atingindo vários setores ao mesmo tempo.

Uberdan traçou uma linha do tempo dos eventos tecnológicos no setor bancário, começando pelos caixas eletrônicos, que levaram de 20 a 30 anos para se consolidar. Aí vieram os aplicativos bancários, que demoraram quase 10 anos, a partir de 2010, para se tornarem parte do cotidiano das pessoas. Vivemos agora o advento das "IAs" (Inteligência Artificial), que processa dados e executa tarefas com base em padrões matemáticos/estatísticos. Segundo o especialista, o sistema bancário utilizam atualmente a IA para: análise de risco de crédito; detecção de fraudes; chatbots e assistentes virtuais; consultoria financeira individualizada e proativa; IA generativa transacional e negociação automatizada. 

Desafios políticos da classe trabalhadora

Diante de um cenário que aponta para uma extinção cada vez maior de postos de trabalho, Uberdan listou como desafios para os bancários e bancárias defender cláusulas de proteção ao emprego; garantir requalificação profissional; distribuir ganhos da produtividade de forma justa; e monitorar impactos à saúde e ao desenvolvimento. Externamente às questões da categoria, ele propõe que se juntem à luta em defesa: de uma regulamentação justa; da tributação das grandes fortunas como forma de amenizar os impactos sociais; da soberania sobre dados e desenvolvimento de IA; de uma visão crítica da IA na educação; e de uma sustentabilidade permanente.

Mobilização e diálogo sindical

Ao analisar a conjuntura política atual, o secretário-adjunto de Mobilização e Relação com os Movimentos Sociais da CUT Nacional, Milton Rezende, destacou a recente guinada à esquerda do governo e a importância do plebiscito popular. O sindicalista enfatizou a necessidade de manter a mobilização e o diálogo com a classe trabalhadora, especialmente sobre temas como redução da jornada de trabalho e justiça fiscal; e alertou para os desafios futuros, incluindo possíveis ataques ao movimento sindical e a influência externa nas eleições de 2026. "É preciso fortalecer a comunicação do governo e a participação popular para garantir a continuidade do projeto político atual", completou. 

Resoluções e Moções aprovadas

Após o debate, foram aprovadas resoluções sobre Trabalho e Meio Ambiente; Saúde e Função Social dos Bancos; Saúde e Condições de Trabalho; Retomada da Ultratividade; Plebiscito Popular; Combate à Pejotização; Campanha Taxar os Super-Ricos e Denunciar que os Defende; Pressão Popular no Congresso em defesa da Taxação dos Super-Ricos; Diversidade e Luta da Classe Trabalhadora; e Novas Formas de Mobilização.

As moções aprovadas tratam de: Inclusão e Valorização das Pessoas Aposentadas e Pensionistas Bancárias; Mobilização da classe trabalhadora bancária do Brasil; Repúdio ao PL da Devastação (2159/2021); e Sugestões do Coletivo dos Aposentados.

Também foi eleita a delegação que irá representar o RS na Conferência Nacional, que acontece no final de agosto, em São Paulo.

Subsídios para o embate

Sandro Cheiran, diretor da Fetrafi-RS que conduziu a Conferência Estadual dos Bancários, avalia o evento como "extremamente proveitoso". "Os números apresentados, a análise de conjuntura e os impactos da Inteligência Artificial no trabalho bancário, certamente irão municiar dirigentes sindicais e trabalhadores para os enfrentamentos que virão no próximo período", ressaltou. Ele destacou ainda as resoluções e moções aprovadas, que serão defendidas pela delegação eleita para a Conferência Nacional. "Essas propostas, sem dúvida, irão qualificar ainda mais o debate no evento", concluiu.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação da Fetrafi-RS

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